O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




domingo, 2 de setembro de 2012

Dialogo Poético : Ianê Mello e Joaquim Vale Cruz





O REVERSO DO CORTE


Assim a pele roça a carne nua
exposta a feridas entreabertas
Não há rosas sem espinhos
e fere a rigidez no amor que cala

fluído que escorre sem sutura
vermelho sangue
corte profundo
marcas indizíveis

na fenda de desejos  obscenos
a carne é fraca e cede
 a sede que devora
a garganta seca

as mãos que anseiam ávidas
sem demora
encontram seu conforto
no colo que as acolhe

o corpo se encolhe
em lânguidos prazeres
no vértice entre as pernas
perde-se em  delícias


Ianê Mello


(02.09.12)


A carne nua em ferida entreaberta
é sonho doce, que logo o amor desperta
e a rigidez que essa sensação nos traz
desperta desejo obsceno que tanto satisfaz

Então a fenda aberta que escorre sem sutura
rosa, vermelho sangue, que o tesão apura
em seu corte profundo de marcas de prazer
torna a carne fraca em terno enlanguescer

E a sede que devora nossa seca garganta
encontra seu conforto e o pudor suplanta
e as mãos que ávidas anseiam, sofrem na demora
aguardam os afagos, que o outro amante implora

É então que o corpo em lânguidos prazeres se encolhe
e no vértice entre as pernas o cetro flamejante acolhe
Porque os dois felizes amantes inventam tais delícias
e em expressões vibrantes se perdem em carícias


Joaquim Valle Cruz
- 2012-09-02


Pintura de Salvador Dali

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