O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sábado, 5 de novembro de 2011

Vozes em Madrigal - Sexta-feira da Ousadia-Limites





SINFÔNICA

Sou regente e mandatária
Das notas musicais que cantam
O som psicodélico que tu ouves

Fui eu quem construiu a Sinfonia
Com requintes de bom juízo
Agora, usufruo e regozijo.
Tu és a plateia
Eu sou o comando

Ela não irá parar de tocar
Voa longe ao toque da minha batuta
Dançam para o meu deleite
Se não gostas
Se mande, no problem.
A sinfônica é minha!

Giselle Serejo 



MEU MURAL

Não imigres para o meu Continente
O meu solo é poente e estéril
Mas é meu!

Seja benevolente e construa
O teu mundo, a tua rua.
As tuas notícias pregue no teu mural!

A gênese do meu canto
Nasceu de um pintassilgo
É minha!

Não tentes arrancar as ervas daninhas do meu quintal
Eu gosto e quero assim
Aromatizando de mato a dona do jardim!

Olhe para os dois lados 
Antes de ultrapassar o limite da minha maloca
Senão o arco e a flecha vão comer no centro!

O arco-íris que os meus olhos veem
Não é o mesmo que o te apedreja
Reveja teus conceitos, incautos!

Pare de melindres e fricotes
Recorde as quatro estações
Elas são diferentes!
Na minha Oca só entra com demônios expurgados
Do contrário, fica de lado.
Fica na rua
No meu Continente mando eu!

Giselle serejo



MEU QUADRADO

No meu quadrado
amigos são bem vindos
mas..não é porque não enxergas meu muro de heras
que no meu quintal te refestelas

Nesse jardim,há sim
anjos guardiões
são dragões
Por isso,cuidado entrão!
senão,eles te pegam com as calças na mão!

Michelle Serejo


Palavras se calam
diante do improvável
absurdos e tolices
sem rumo sangram
no provável alvo
sem consentimento

Ydeo Oga

Nas raias do esquecimento
plantei saudades
no canteiro da solidão

Rastros marcados
de um tempo-ausência
caminhos incertos
de sol a sol
queimando o fim

Ydeo Oga


Proibido ultrapassar


Olha, tenha cuidado,
não venha ultrapassar
o limite que é meu.
Nem deves ousar tentar:
esse campo não é seu.

Se público ele fosse
estaria a céu aberto
para qualquer um transitar,
mas estás vendo, decerto,
porque teimas em avançar.

Venha com calma, seu moço,
que os cães podem ladrar
e não pense que não mordem,
é melhor não provocar...

Se queres ser bem vindo
achegue-se bem devagar,
um pouco de cada vez...
... observe com o olhar...
depois de um tempo talvez
possa deixar-te entrar.

Mas que fique já bem claro
que lutei por esse espaço 
e sempre o defenderei,
pois me é caro e raro.
Não o entregarei a ninguém.
pois com minhas mãos eu faço
a cerca que me convêm.


Ianê Mello


O AMOR É O LIMITE

Exigiram comportamentos em equação 
Limites, funções e derivadas 
Limites na lógica da matemática
Eu finjo que não sei; você que não vê.

É limite, se por cima do direito,
Sem respeito transpassado,
Assim os resignados 
Acabarem sem dignidade?

É limite, se os relutantes nas equações 
Buscarem justificações sociais, divisões, 
Limites impuserem, decisões interpretarem,
Estabelecerem a ordem ou a quebrarem? 

É limite, se os liberais em ideal
Criarem o mundo que querem ter
Irem além do limite do meu querer,
Como se fora cálculo diferencial?

Que tal espalhar muito amor sem escolástica?
Deslembrar que limite é função matemática?
Que tal descobrir que no amor cabe tudo,
Por si só dá limites, sem limites, contudo?

Andrea Lizarb
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