O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




quinta-feira, 8 de setembro de 2011

VOZES EM MADRIGAL (facebook) - 08.09.11 - Vozes Lusas de Fernando Pessoa


Busquem inspiração em todos os heterônimos de Fernando Pessoa, na sua poesia, nas suas obras.




Quadras ao jeito popular
homenagem a Pessoa

eu vivo aqui sentado
à beira do meu viver
é um rio desassossegado
que reflete o próprio ver

rio que vais passando
sem teres princípio nem fim
deixa ao menos que ao olhar-te
eu veja a imagem de mim

António castanheira



Pessoas em Pessoa

Fernando Pessoa
que pessoa és?
Não és uma única pessoa
és vários...
És Alberto Caeiro
És Ricardo Reis
És Álvaro de Campos
Todos personagens em ti
Heterônimos 
que habitam
e coexistem
em tua alma de poeta
Alma fragmentada
em teus múltiplos se expressa
cada qual a teu modo peculiar
Essa a beleza e grandeza de tua poesia
Ser um e ser vários
E quantos poetas
não guardam em si mesmos
esse ser múltiplo e multifacetado?
Não importa quantos heterônimos possuis
a qualidade de tua obra supera qualquer
outra possível indagação
O que seria de nós
sem ti Fernando
que em si abriga
outros tantos poetas de igual grandeza.


Ianê Mello


 


“A arte é a auto-expressão lutando para ser absoluta.”
( Fernando Pessoa)


UM ADEUS A FERNANDO PESSOA

Momentos passados
Faz-nos exigentes
Sensações vividas
Em um mundo consciente
O que passou
Não voltará mais
Só nos resta a lembrança
Fernando Pessoa
Sua história continua.

Jana Valentina



Rastros de Pessoas
em Fernando

Lá 
almas honestas.

Que raios as partam!

Sangue
  em revólver
desassossegos
  desnaturados

louco um eu.

Lá são interessantes
cá, desapareço.

De lá para cá
  a vida sem tragédia é divina comédia.

La e cá
loucos e eu
rimos rios de rimas
espumamos.

Num mar de insana certeza,
ardemos.

Carmen Silvia Presotto - EncaiXes - Vidráguas



Por Fernando Pessoa:

O Amor

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..
(Fernando Pessoa)

Lebranças e livros na estante guardados, pra sempre!
Luiza Mendes



ORTÔNIMO - h(éter)ônimos

o poeta gigante
esquarteja no leito
o homem franzino

a fragilidade das ruas

as pedras... portuguesas
no peito
tão frias

jamais percorridas

vazias de gente
vazam os mundos

o poeta centelha!

o homem apaga a vela
no quarto escuro

imundo, o pensamento

o poeta, centro do poema
o homem ad-jaz-sente
o fim da armadura...


(para que o poeta fosse eterno
o homem precisou morrer tão cedo)

dividido
entre o gênio , e
a loucura


Lou Albergaria







pessoando PESSOA apessoamos FERNANDO.


Ydeo Oga




Tantas vozes, tantos mundos.

Alma triplamente qualificada em múltiplas vozes
Palavras entrando em discussão, isso sim.
Resultantes em profusas encantaduras
Quão duras foram elas
Lindas ninfeias

Às vezes ouvia teus passos bem aqui
Toc... era o toque da ponta do guarda-chuva no piso
Corria a me preparar para acompanhar-te ao Brasileira
Juntos todas as palavras punham-se a rir, zombar de ti, não de mim.
Que estava invisível ali

Primeiro pedido era logo o tinto absinto
Bebida ardente e forte
Só mesmo para alegrar às muitas mortes
Ah Pessoa. como eras lindo
Em teu, sobretudo aberto.

Canta, canta sempre.
Nem ligue para o sol que se pôs faz tempo...
Tenho-o ainda em minha lembrança de mulher madura
Na de menina também, não me cansava de ti nunca.
Pois sempre soube quem eras.
Amo-te.

 Giselle Serejo


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