O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O NOME EM ESPIRITO


Pintura de Salvador Dali



 
Um nome apenas e se foi
Nem é mais nome nem nada
Pois o nome existe no valor
Do que o guardar se gaba
O nome é sol e renasce
Sempre renasce...

O espírito reluz no escuro
entre cinzas e sombras
no sótão empoeirado
no baú de lembranças
jamais esquecidas
Fingir é perder a consciência
No escuro todos os gatos
são pardos

Ocultos em uma passagem
Nomes que nos seduzem
Amigos de nunca afastar
A promessa de reafirmar
Um compromisso qualquer
Com o que haveremos
Com que possuiremos
De nosso, repartido.

Amigos ausentes
no tempo que passou
Nada restou a não ser
o álbum de fotografia amarelecido
Não, não acenda a luz, por favor
ela faz cegar a visão já acostumada
com o breu da solidão.

Divirtam-se, na flacidez
Do instante fugaz, eólico
Ordenadamente sendo
Ausência. Ao propósito
Do nome agir, irresoluto,
Lutar contra o nada
E às vezes vencer...

O caos provável restabelece
uma nova ordem improvável
e o que era irreal, real se torna
Transmutar a dor é ato de coragem
Vencer a escuridão da inconsciência
e enxergar na luz o ser primeiro
Libertar-se da escravidão
da cegueira das ilusões.


Beto Palaio e Ianê Mello

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