O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sobre as virtudes de amar




A máscara do desespero
recobre o rosto cansado
Rugas marcam a pele madura
no rosto um sorriso amarelado pelo tempo

Tudo o que esconde o tempo
Desde a fruta que nunca amadurece
Ao assoviar do vento na cumieira
Saltam deste ponto à eterna colheita

Jardineiros em nossos jardins de sonho
splantamos ideais de esperança
a colheita nem sempre é farta
as pragas devoram-na...

Ontem escrevemos um poema
Ele falava de linhas avulsas
Nunca escritas em sobressalto
 Apenas um latente atestado de existir

O poema tem vida própria
domá-lo por vezes se torna necessário
pois como cavalo selvagem
escapa de nossas mãos e se liberta

Cavalgamos até o Verão
E com ele a angústia de saber
Que os felizes nunca herdarão
O mundo prometido como infindável

Cavalguemos apesar do rumo incerto
Por vezes segurando firme as rédeas da paixão
O amor deve controlá-la e dar-lhe o equilíbrio
Paixão arde e queima
pode incendiar florestas
O amor é mais sábio
e sabe quando aparar as arestas

Porquanto as virtudes no céu são muitas
A aragem une partículas de vapor amiúde
Leva-as de cá para lá, e no caminho de volta
Tudo em uníssono se entrega à terra,
com amor
Com quietude, com determinação, cria-se a chuva

E o jardim umidecido pela gotas da chuva a cair
volta a floresecer em belas cores e aromas
Com o amor a cuidar zelozamente  das pragas que destroem
A harmonia da natureza se restabelecerá em paz.



Ianê Mello/ Beto palaio

3 comentários:

Lou Albergaria disse...

Lindo, Ianê!!!

Parabéns! Essa parceria com o Beto tá rendendo belíssimos e deliciosos frutos!

BEIJÃO!!!

Ianê Mello disse...

Obrigada, querida Lou.

Bjs.

Mirze disse...

O "AMOR" é sempre sábio. Sabe dosar e ocupar o espaço necessário!

Belo poema!

Beijos aos dois.

Mirze

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