E se da dor
fez-se o espanto
da tristeza
fez-se o pranto
coração aprisionado
encarcerado em si
medo de amar
Chama que arde
queima e invade
amor...
sublime amor
sina que arde
em tristeza
até ao meu limite...
onde sou derrotado
por um simples par
de lábios vermelhos
com aroma
de Afrodite...
Amor que entontece
num simples beijo
e depois o desejo
de unir nossas almas
numa só e única
Mas a entrega
esmorece
no anseio do encontro
perdemos o rumo
desatamos o ponto
aqui...
onde aprendemos a submissão
do sentimento
a sussurros sazonais
que nos soam a música
florescida em mistério...
pois que de mistério
é feito o amor
surpresas e revelações
pontes para o infinito
interrogações
murmúrios
e gritos...
de estrelas caídas
em extravagância...
extasiado,
só peço que me leves lá
a esse jardim proibido...
Ianê Mello / José Carlos Patrão
Vale de Amor
Canto poemas: —, um som de ninar!...
Há na mente, lembranças de outrora;
reli teus versos: —, sou asas a voar...
Inda guardo as letras, embora,
sejas a poetisa com teu sonhar!...
Ah, vejo teu sorriso nesta aurora,
meus olhos ficam a flutuar
aos cantos; horas, após novas horas...
Gritei: —, vejo a tua luz multicor:
— Era um novo canto de amor!...
Machado de Carlos
Recanto das Letras
Código do Texto; T2529435
O AMOR QUE FERE
O amor deita no peito
faz nascer medo, anseio
descortina o Mundo
sujeito a dar defeito
agora não tem mais jeito
a tempestade inunda
toma conta
atiça, afronta
desmorona o Muro
cadê teus olhos nessa pele virgem
guardada imaculada, imantada
no veneno que me faz viver
o desejo que te sonha, busca
trepida enclausurado
nos versos adúlteros
que me joga na cara
cospe no véu
despe a fome que tenho de ti.
O Anjo Vingador também é traiçoeiro
Ama tão somente como os poetas amam:
Ele só ama o Amor
E o desespero de jamais encontrá-lo com vida.
Lou Albergaria